Até 4 de novembro, quem passar pelo hall da Câmara Municipal de Maringá poderá contemplar a exposição “Fotografia e seus Encantos” que reúne 150 registros fotográficos por alunos da Universidade da Terceira Idade da UEM. De imagens locais a paisagens de outros estados brasileiros e países, a exposição comemora os 10 anos do curso oferecido pela UNATI. As imagens foram obtidas por meio de celulares e não possuem tratamento.
O curso surgiu em 2014 aproveitando a habilidade do professor doutor Celso Ikedo - do Núcleo de Pesquisas em Limnologia, Ictiologia e Aquicultura (Nupélia) - que trabalha com fotografias dos estudos de ecologia em rios para publicações em revistas científicas. O docente enfatiza que o interesse dos alunos da terceira idade deixa muitos discentes da graduação para trás.
“Os participantes concluem e querem continuar o curso de fotografia que é semestral, por isso até abrimos outra turma de nível mais avançado e um curso de photoshop (software de tratamento de imagens)”, explica o docente. “A ideia é criar calendários, cartões de aniversário, natal e de outras festividades para presentear netos, outros membros da família e amigos”, completa.
Com 83 anos, Odete Sato, é a mais experiente da turma e agora realiza o curso de tratamento de imagens. Após ficar por mais de 30 dias em Nagoya no Japão, visitando a filha, vai se dedicar às aulas. “Vou deixar a preguiça de lado e aprender mais uma coisa nova”, disse.
O curso também não fica apenas na sala de aula. Há excursões para a prática de fotografia em Morretes, Curitiba, Foz do Iguaçu, incluindo cidades de outros estados como Bonito no Mato Grosso do Sul e Capitólio em Minas Gerais.
O colega de sala de aula também pode ser o companheiro ou companheira, como é o caso de Laércio Modo, 69 anos, e Valquíria Modo, 64 anos, que dividem imagens no mesmo painel da exposição. Na visita à filha na Bélgica, conseguiram fotografar o Tapete de Flores de Bruxelas, patrimônio da Unesco, coberto por begônias coloridas.
“Tivemos a sorte de estar em Bruxelas bem no dia que estava exposto o tapete de flores que tem vida bem curta e capturar um lindo pássaro em outra imagem para deixar ainda mais bonito o registro”, diz Laércio.
O casal Alinor Rodrigues, 63 anos, e Márcia Antunes, 63, pedalam com suas bikes em trilhas e ampliaram seus hobbies com a fotografia. A aposentadoria estimulou outros trabalhos artísticos e o fortalecimento do companheirismo. Alinor brinca que a dupla está “separada” apenas nos painéis da exposição.
Alunos também destacam que o curso ampliou horizontes na fotografia e que não há necessidade de um celular ultramoderno para fotografar. Marlene Assato, 63 anos, registrou em Ibiraçu, Espírito Santo, uma das maiores estátuas de Buda do mundo, inclusive que a do Cristo Redentor, e ressaltou a importância das aulas. “Não sabia o quanto a composição em fotografia era importante”. Maria Guerra, 69 anos, registrou imagens do Rio Tocantins e sublinhou o aprendizado com o professor Celso Ikedo: “Tinha um olhar antes e agora tenho um novo olhar”.
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